André Carrillo afigura-se como um dos principais desafios de Leonardo Jardim na próxima época. O treinador olha para o internacional peruano como um jogador com enorme potencial que não conseguiu ainda exteriorizar em Portugal a qualidade que tem. E acredita dispor dos instrumentos necessários para tornar o camisola 18 dos leões num elemento preponderante da equipa.
De que forma? Transmitindo-lhe os princípios que conduzem a uma maior regularidade, maior objetividade, mais apetência para o golo e um maior sentido de coletivo. Não será tarefa fácil. O treinador madeirense, de 39 anos, viu vários vídeos de Carrillo e identificou-lhe lacunas graves em todos estes aspetos.
Aliás, nem é necessário ter o curso de treinador para perceber que o extremo sul-americano falha muito no momento de jogar com os companheiros, aposta demasiado no jogo individual e não é particularmente eficaz no momento de atirar à baliza.
Um ano perdido
Estas eram carências que já tinham sido identificadas no primeiro ano do extremo no Sporting e muitos acreditavam que, com um trabalho cuidadoso e uma maior continuidade como titular, Carrillo acabaria por afirmar-se como peça fundamental da equipa de Alvalade. E o arranque da época até deixou boas indicações.O peruano foi titular nos primeiros encontros da temporada, conseguindo, com Sá Pinto, seis partidas consecutivas no onze inicial. Nessa fase, o número 18 apontou 2 dos 3 golos conseguidos em 2012/13.
Com o passar dos jogos, a saída de Sá Pinto e o aparecimento de alguns problemas físicos, o sul-americano, de 21 anos, foi perdendo gás e, depois de quase não ser utilizado por Oceano, teve desempenho intermitente com Franky Vercauteren e Jesualdo Ferreira.
Aliás, com o professor, Carrillo dispôs de várias oportunidades para tentar contrariar as críticas que lhe foram feitas ao longo da época. Não o conseguiu, uma vez mais, e apesar de ter terminado a época como titular não alcançou esse estatuto em absoluto.Leonardo Jardim quer “trabalhá-lo” com esse objetivo.
O conselho de Jesualdo
• O excesso de individualismo do peruano irrita os adeptos e nunca deixou muito satisfeito Jesualdo Ferreira, que lhe dirigiu palavras duras no final do embate com o Olhanense. “É um jogador que tem características que não se podem mudar e ainda outras que, através do trabalho e da dedicação, pode potenciar e melhorar. É tempo de entender que futebol é muito mais do que notas artísticas.Não é o conselho de um treinador mas sim de um amigo”, disse.