Bruno Fernandes fez esta sexta-feira a antevisão ao jogo de qualificação para o Euro'2024 com a Bósnia, marcado para amanhã (19h45), no Estádio da Luz. Em conferência de imprensa, o médio português começou por desvalorizar o cansaço físico que sente, após uma época em que já realizou 59 encontros.
Como se apresenta nesta fase final de uma temporada dura?
"Como me apresentei durante a época, com a mesma energia e vontade. Os minutos e o cansaço vão-se acumulando, mas estou preparado para dar o meu melhor e ajudar a seleção. É uma honra e um prazer poder representar Portugal, o cansaço vai ter de esperar mais dois jogos. Espero eu que assim o mister o decida", começou por dizer.
O que espera da Bósnia?
"Já estudámos o que tem vindo a ser o jogo da Bósnia. Tem alguns jogadores de renome, mas nós como grande seleção estamos mais focado no que podemos fazer para ganhar até porque temos bastante qualidade para isso. É fazer o mesmo que fizemos nos dois primeiros jogos. Esperemos que amanhã possamos repetir isso."
A Bósnia é o verdadeiro teste?
"É uma seleção com muita qualidade, os jogadores do meio para a frente principalmente são muito fortes. A Bósnia vai causar problemas diferentes. É uma seleção diferente, mas com o mesmo objetivo de ganhar, ser profissionais e fazer o que temos feito pelo coletivo para ter o resultado positivo dos últimos dois jogos."
Estava habituado a jogar com três médios. O que muda com este sistema tático de Roberto Martínez?
"É uma posição diferente, mas acaba por ser igual, porque temos jogadores muito inteligentes no meio-campo, mesmo os que jogam à frente. Temos uma rotação muito grande. No último estágio joguei com o Bernardo [Silva] à minha frente e havia muita rotação entre nós os dois, porque ambos podemos fazer as duas posições. Também dificulta o adversário e as marcações deles. Independentemente disso são as dinâmicas que a equipa tem e o que o mister nos pediu para estes dois jogos. Não me sinto preso, sinto que jogo mais baixo no campo em certos momentos, mas acaba por ser a mesma zona do terreno. Sempre disse que gosto de jogar numa posição dentro do retângulo verde. Sinto-me confortável onde o treinador me quiser usar e onde achar que sou mais importante. É indiferente para mim jogar ali com um, dois ou três. Este ano no United joguei a '6' e nunca o tinha feito. Se o mister precisar e se for melhor para nós irei fazê-lo."
Tem alguma mensagem para quem gere o futebol? Os jogadores não estão a fazer demasiados jogos?
"Em primeiro lugar dizer que me sinto um privilegiado por exercer a profissão que tenho. Foi o nosso sonho desde criança. É uma profissão mas, ao mesmo tempo, não nos sentimos assim. Esta pausa entre o fim de campeonato e os jogos não é o melhor para nós. São muitos jogos, meteu-se o Mundial pelo meio. Os jogador precisam de descansar. Estive a ler o que fizeram na FIFPro, se não me engano, sobre o descanso dos jogadores. Devia ter 28 dias agora quando acabar e devia ter tido 11 ou 14 dias em dezembro. Não vou ter nem perto disso, mas sinto-me privilegiado por representar a Seleção agora. Ao menos tempo de sentir o cansaço, sempre que o meu treinador me pergunta se quero descansar eu digo que não, por isso acaba por ser um pouco contraditório. Sinto-me feliz por ser usado tantas vezes, porque vai chegar uma altura da carreira em que não deverei ser utilizado tantas vezes. Espero que não, mas, se assim acontecer, tenho de aproveitar as oportunidades que os treinadores me dão agora."
Felicitou Bernardo Silva e Rúben Dias pela conquista da Liga dos Campeões?
"Já os tinha felicitado quando ganharam a Liga dos Campeões. Mandei-lhes mensagem. É uma honra enorme para Portugal ter dois jogadores que ganharam a Champions, só eleva o nome do nosso país. A nível de clube não é o melhor para mim, mas pessoalmente, porque sou amigo deles fico muito feliz. Fossem eles meus amigos ou não, para mim, qualquer Portugal que tenha sucesso lá fora ou cà em Portugal é um orgulho enorme. Principalmente lá fora, porque somos vistos como mais pequeninos e isto demonstra a grandeza do nosso país e da nossa qualidade. Espero que continuem a haver portugueses a ganhar mais Ligas dos Campeões e outras coisas por aí fora", concluiu.