Rúben Dias fez a antevisão ao Portugal-Rep. Checa, o jogo de estreia da Seleção Nacional no Euro'2024 que está marcado para esta terça-feira, pelas 20 horas, em Leipzig.
Pode confirmar que o Pepe está totalmente apto para amanhã?
"Acho que está tudo bem...".
Já sabe com quem vai jogar amanhã no centro da defesa?
"Não, ainda não sabemos".
Vai jogar com mais dois colegas no eixo central ou só com um?
"Por favor, continuem, isto é só sim ou não. Ainda não sei também..."
Como está o grupo para este início de Europeu? Como tem sido a interação entre os mais jovens e os mais experientes?
"Sentimo-nos prontos. Nesta altura temos um bom 'mix' de experiência, jogadores mais jovens também. Mesmo dentro da experiência, temos também a tal experiência juntos, em competições como esta. Temos de passar por dificuldades juntos e perceber onde podemos melhorar, e isso ajuda-nos a construir cada vez mais o espírito que temos de ter numa competição como esta".
Portugal é apontado como um dos favoritos, não só por ter um coletivo forte, mas por ter Ronaldo. Sente que a Seleção é um alvo a abater?
"Não gosto muito de me fixar em favoritismos. Ao final das contas, sabemos da qualidade que temos e sabemos todos as condições que temos para fazer algo especial. Mas também, e acabei de o referir, depende sempre muito da capacidade que temos para nos juntar a cada momento. Refiro-me ao estágio de setembro, novembro, março. Cada estágio exige a capacidade de, depois dos clubes e de mentalidades diferentes, chegarmos a algo que é quase novo. Novo no sentido de ser o momento em que temos novamente de nos juntar. Sempre achei muito importante essa capacidade que temos de nos ligar outra vez e este, mais do que nunca, vai ser o resultado disso, dessa capacidade de, após uma época inteira, continuarmos frescos e com energia. Após as dificuldades, a capacidade de crescer durante a competição. Esse vai ser o nosso sucesso".
Depois do jogo com a Croácia, disse-nos que era um abre-olhos e que era preciso falar sobre isso. O que se passou internamente depois disso?
"É um momento muito importante para observar, refletir e para abordar diversos temas em que temos que melhorar. Quando é que preferia que tivesse acontecido? Exatamente ali. Estamos prestes a começar a nossa participação no Europeu e sinto que em certa parte, devido ao que aconteceu nesse jogo e à falta de coisas que aconteceram e deviam ter acontecido, estamos muito mais prontos".
O Rúben é um dos melhores exemplos de consistência defensiva. Qual é a chave?
"Acho que é um jogo que fazemos na nossa própria mente, a consistência é provavelmente o mais difícil no futebol de alto nível. Se queremos atingir algo especial, temos de estar juntos".
Poderia descrever a maneira de trabalhar de Roberto Martínez?
"Resposta longa... Acima de tudo, acho que me focaria mais na parte tática, na parte da pessoa com quem trabalhamos. É de facto uma pessoa que torna tudo mais fácil, quer o dia a dia, quer depois também a maneira como abordamos aquilo que é a ideia com que queremos jogar, a análise aos adversários. Acaba por ser fácil para nós porque ele tem uma forma muito clara de comunicar e isso ajuda-nos muito".
O Cristiano vai fazer o seu 6.º Europeu. O que ele representa para si, como companheiro de equipa?
"É uma inspiração, mostra que tudo é possível. Que podes sonhar e conseguir. Representa muita coisa, é um prazer jogar com ele. Podia dizer que representa muita coisa, mas ele estar connosco nesta altura da carreira representa que quer voltar a vencer".
O Rúben está entre a experiência e a juventude no que toca à idade, mas sente que já é uma referência no balneário?
"Diria que, por consequência natural da minha carreira, acabo por ser um dos jogadores mais experientes no balneário. Temos jogadores mais experientes, mas acaba sempre por ser a consequência da tua carreira, conquistas, e da personalidade de cada um de nós. Sim, sou um dos mais experientes, digamos, 'mix' de idade com futebol. E da melhor maneira possível, tento passar isso para toda a equipa e usar o que acho importante para contribuir para o sucesso de todos nós".
Quais são as principais ameaças da Rep. Checa?
"Podia dizer nomes, mas não vou fazê-lo. O que nos pode criar problemas é a forma como jogam. Sabemos que podem ser perigosos e vamos fazer o nosso melhor para estarmos preparados".
Portugal é um dos favoritos e muita gente espera que vençam a competição. Como se sentem com essa pressão?
"Não sei, não acho que somos os principais favoritos. Somos uma equipa muito boa e queremos fazer uma boa competição, mas depende da maneira como formos crescendo. Temos jogadores com muito talento, muita qualidade, e uma boa mistura. Mas temos de encontrar os momentos certos para podermos ganhar".
Há uma nova regra em que só os capitães podem falar com os árbitros. Acha que vai conseguir aguentar isso? Que o Pepe vai conseguir aguentar?
"Por muito que queiramos respeitar essas regras, há certos momentos no jogo. Temos de nos controlar todos. A UEFA quer tentar controlar as nossas reações, que possamos controlá-las. Acho que podemos fazer isso, reagindo de maneira natural. É isso que tentaremos fazer. Temos de tentar encontrar esse equilíbrio de forma a respeitar os árbitros".
A Rep. Checa também traz perigo nas bolas paradas. Deram atenção a essa dinâmica?
"Faz parte de conhecer a Rep. Checa, ter essa noção presente. Há pouco tempo vi um comentário de eles serem altos e fortes e nós o contrário. Não acho. Podemos ter jogadores mais baixos do que o costume, mas acho que temos um equilíbrio muito bom no que toca ao físico. Temos consciência da equipa contra quem vamos jogar e sabemos onde podem ser fortes".
Rúben Neves e Cristiano jogam na liga saudita. Como vê o impacto desse campeonato na Seleção?
"Respondo da mesma maneira que responderia com qualquer outra liga. Não é isso que nos preocupa neste momento, temos de jogar como equipa".