Diego Godín é definitivamente um jogador talhado para os grandes momentos. Com um inspirado golpe de cabeça, o central marcou o golo que colocou o Uruguai nos oitavos-de-final do Campeonato do Mundo, num lance que é quase uma cópia fiel daquele que ditou o empate do At.Madrid em Barcelona e valeu o título espanhol aos colchoneros. Aliás, o defesa celeste só não está intimamente ligado a três marcos históricos num curto período, porque um outro cabeceamento que bateu Casillas na final da Champions teve resposta do Real Madrid em tempo útil.
A qualificação uruguaia – e a consequente eliminação italiana – está intimamente ligada à expulsão de Marchisio, que fez com que o controlo do jogo mudasse de mãos. Até essa altura (59’), a equipa de Prandelli, mesmo sem ter supremacia sobre o adversário, geria o ritmo da partida quase a seu bel-prazer, fazendo adivinhar um empate que servia na perfeição os interesses da “squadra azzurra”.
Estranhamente, Oscar Tabárez mudou a disposição tática da equipa para este jogo, utilizando um modelo 3x5x2 muito parecido ao que o adversário costuma apresentar. Esta espécie de plágio não se revelou benéfica para os uruguaios, já que o maior talento do miolo italiano (Pirlo, Verratti, Marchisio) garantia a posse de bola e logo a opção por um futebol mais pausado. Não admira que a primeira parte registasse apenas um lance de perigo, quando Buffon negou o golo a Suárez e a Lodeiro na mesma jogada.
No início do segundo tempo, e pese embora a troca de Lodeiro por Maxi Pereira, pouco ou nada mudou, já que González passou a desempenhar as funções do companheiro substituído. Mesmo assim, começou a notar-se mais algum atrevimento uruguaio, com Luis Suárez a proporcionar a defesa da tarde a Buffon (58’). Logo a seguir, deu-se a expulsão de Marchisio e a formação celeste ficou com o caminho aberto para o apuramento.
De um 3x5x2 com tração atrás, o Uruguai rapidamente mudou para um 4x3x3 com Suárez, Cavani e o recém-entrado Stuani a marcarem assiduamente presença na área contrária, sem que os italianos se conseguissem organizar defensivamente. A pressão sul-americana era tão intensa que o golo adivinhava-se e acabou mesmo por surgir para desespero dos italianos, cujo esperança de conquistar o título aumentara exponencialmente desde a vitória sobre Inglaterra.