Só agora é que José Mourinho começa a ter todas as peças para montar o puzzle desta nova temporada. Mas a verdade é que as ideias do treinador do português começam a definir-se, tal como foi possível vislumbrar na vitória diante do Inter Milão. No fim de contas, o que esperar do Chelsea? Uma coisa é certa: não faltam opções a Mourinho.
Os londrinos disputaram quatro encontros até agora, com três deles a surgirem numa digressão asiática. Ainda não estavam presentes algumas peças importantes, como David Luiz, Juan Mata ou até Fernando Torres. Isto para não falar de que o mercado está aberto… Mas houve uma constante: Mourinho optou sempre por empregar um 4-2-3-1.
Indefinições na defesa
O esquema não é surpresa, já que Mourinho alinhava assim no Real Madrid. Mas é interessante ver quem vão ser os eleitos. Até começamos sem quaisquer dúvidas, com Petr Cech a ser dono e senhor da baliza, mas tudo muda de figura mal colocamos o pé fora da grande área. Quem joga à imediatamente à frente do checo?
John Terry é o eterno capitão do Chelsea, tem toda a confiança de Mourinho e até agora foi acompanhado predominantemente por Branislav Ivanovic no eixo da defesa. Mas David Luiz está de volta enquanto Cahill também está à procura de um lugar. Prevê-se muita rotação embora Terry e David Luiz saiam na frente.
Nas alas defensivas, Cole não tem concorrência no lado esquerdo, ao passo que a titularidade de Azpilicueta fica dependente do papel de Ivanovic enquanto central. Não se prevê que o sérvio vá ter muito descanso dada a sua polivalência…
Carrossel no meio-campo
Eis que as dores de cabeça de Mourinho começam a sério. Com a exigência de os médios-centro serem “box-to-box”, capazes de defenderem tão bem quanto atacarem num acerto digno de relógio suíço, Ramires tem sido a principal opção para ocupar um dos lugares no meio-campo. Depois há os veteranos Essien e Lampard, qualquer um deles naturalmente indicado para a posição. O problema é que a idade começa a não perdoar.
Ramires surge como aposta segura, enquanto Essien tem sido muito utilizado, mas a exigência da posição e a longa duração da temporada fazem Mourinho querer Sami Khedira ou Charles Kondogbia. Ambos poderiam entrar numa série de parelhas (até com o jovem Marco van Ginkel), tornando óbvio que médios estritamente defensivos – John Obi Mikel - não têm espaço.
Uns metros mais à frente, criatividade é a palavra de ordem. Eden Hazard, o recém-chegado de férias Juan Mata e Óscar são escolhas naturais, mas voltam as dores de cabeça. Andre Schurrle tem vontade de lutar pelo lugar na esquerda mas também tem lesões que o atrasam na corrida.
Mata parece ter lugar quase cativo mas Mourinho "exige" ter mais escolhas. Por isso mesmo, há Óscar no lado direito, uma posição que Ramires também conhece bem, há Victor Moses, há Demba Ba, que pode cair na esquerda se não for vendido. No fundo, há um carrossel onde versatilidade é palavra de ordem.
Incógnita no ataque
Mourinho não tem problemas em afirmar que Wayne Rooney é o seu grande alvo. Se, porventura, o avançado do Manchester United chegar a Stamford Bridge, o que acontece? Para já, Romelu Lukaku está literalmente na frente mas só agora chegou Fernando Torres.
Caso Mourinho não veja o seu desejo ser cumprido, o português vê-se com duas opções distintas: a maior mobilidade de Torres ou o físico imponente de Lukaku. Demba Ba é que fica sem espaço, especialmente se Rooney chegar.