Mais um recorde nacional para Ricardo Melo Gouveia

• Foto: PGA Tour

A dois meses de ser pai pela primeira vez, torna-se no primeiro português a fazer um top-10 no PGA Tour e sobe ao 103.º lugar do Ranking do DP World Tour

 

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Ricardo Melo Gouveia é já um dos melhores golfistas portugueses de sempre e tem apenas 30 anos. Na madrugada de segunda-feira fixou um novo recorde nacional, ao tornar-se no primeiro português a alcançar um top-10 no PGA Tour, a primeira divisão do golfe na América do Norte e o mais importante circuito profissional do Mundo.

 

«Sempre que se atinge um recorde, seja nacional, seja internacional, é um bónus especial», disse o n.º1 português à Tee Times Golf, em exclusivo para Record, depois do 8.º lugar alcançado no Barbasol Championship.

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Tratou-se de um torneio de 3,6 milhões de euros em prémios monetários, disputado no Champions Course do Keene Trace Golf Club, em Lexington, no estado norte-americano do Kentucky, que contou simultaneamente para o PGA Tour e para o DP World Tour, a primeira divisão europeia.

 

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Ricardo Melo Gouveia totalizou 271 pancadas, 17 abaixo do Par, após voltas de 64, 65, 72 e 70. As suas 64 pancadas no primeiro dia, 8 abaixo do Par, são a sua melhor volta de sempre no DP World Tour (e no PGA Tour) e chegaram a dar-lhe a liderança provisória na competição.

 

As 17 pancadas abaixo do Par foram o seu melhor agregado de sempre no DP World Tour (ou PGA Tour), embora no Challenge Tour já tenha um resultado de -22!

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«Sabia que iria acabar por, mais cedo ou mais tarde, ter outro bom resultado. Tenho vindo a jogar bem e era mais uma questão de o putt melhorar um bocado», sublinhou.

 

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O algarvio residente em Espanha esteve na luta pelo título até metade da prova, pois era 2.º classificado após a primeira volta e 3.º no final da segunda ronda. Quando partiu para o último dia era o 10.º e terminou em 8.º, empatado com outros quatro jogadores: os norte-americanos Sean O’Hair e Justin Lower, o dinamarquês Marcus Helligkilde e o alemão Matti Schmid.

 

«Joguei sólido, no sentido em que estive bastante bem em todos os aspetos do jogo», acrescentou.

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Em declarações ao PGA Tour admitiu que teve algum receio no início do torneio, devido a dores nas costas que sentira na véspera, mas esse problema desvaneceu-se com muitos tratamentos e o resultado foi ter feito «muitos fairways, muitos greens, sólido do tee ao green, a deixar a bola perto das bandeiras e a fazer bons putts importantes».

 

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No PGA Tour, foi apenas a sua segunda presença e na primeira, em 2016, falhou o cut no prestigiado Arnold Palmer Invitational.

 

«É sempre bom voltar aos Estados Unidos e jogar estas provas. Só tinha tido uma oportunidade e posso dizer que sinto-me confortável a jogar aqui», referiu a antiga estrela dos ‘Knights’ da UCF (Universidade Central da Florida) e da Lynn University.

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Antes, em resposta a um jornalista norte-americano, dissera que «gosto de jogar aqui porque vocês, na América, adoram desporto e é espetacular estar de volta».

 

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O campo também ajudou: «Um bom campo, não muito estreito, com alguma água, surpreendentemente com pouco ‘rough’ e estava mole devido à chuva que caiu. Por isso os resultados foram tão baixos».

 

Tanto a chuva como o nevoeiro atrasaram o torneio. Daí que Ricardo Melo Gouveia só tenha jogado três buracos no segundo dia, compactando toda a sua terceira jornada, jogando praticamente duas voltas.

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O atleta da Quinta do Lago referiu os resultados baixos e, de facto, o vencedor, o norte-americano Trey Mullinax, conquistou o seu primeiro título no PGA Tour com 25 abaixo do Par, um agregado de 263 pancadas (65+65+67+66), que rendeu-lhe 660 mil dólares e valeu-lhe um lugar no terceiro Major do ano, o 150.º The Open Championship (British Open).

 

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Mas voltando a Ricardo Melo Gouveia, é importante destacar que este muito positivo top-10 aconteceu na altura certa e num momento bem distinto da sua estreia no PGA Tour há seis anos.

 

Nessa altura, em 2016, iniciava a sua carreira ao mais alto nível, depois da época de sonho de 2015 que vira-o tornar-se no único português a vencer a Grande Final do Challenge Tour e a terminar uma época como n.º1 do Ranking do Challenge Tour, a segunda divisão europeia.

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Um percurso sempre de sentido ascendente. Foi nesse ano que juntou-se a Filipe Lima como os primeiros portugueses a apurarem-se para os Jogos Olímpicos, passou a ser o único português a ter estado no top-100 do ranking mundial (77.º), foi o único português a apurar-se para o DP World Championship no Dubai, e acabou a época de 2016 no 54.º da Corrida para o Dubai, a melhor classificação de sempre de final de ano de um português. Uma série de recordes nacionais.

 

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Entre 2016 e 2019 foi membro de plenos direitos do então European Tour e alcançou cinco top-10’s. Se contarmos todas as suas épocas no Challenge Tour e no European Tour, Ricardo Melo Gouveia já obteve prémios monetários oficiais de 1,779 milhões de euros, um valor sujeito posteriormente ao pagamento de impostos.

 

Mas depois de todo esse sucesso, o profissional da Titleist conheceu momentos mais complicados. Em finais de 2019 não conseguiu manter o cartão de totais direitos para o European Tour e foi despromovido para o Challenge Tour, onde militou em 2020 e 2021.

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No ano passado sentiu-se que estava de novo a subir de produção e garantiu a subida ao agora chamado DP World Tour. Foi uma bela época. Terminou-a como o n.º2 no ranking e somou dois títulos. Possui agora seis títulos do Challenge Tour, igualando o recorde nacional de Filipe Lima. Mesmo na história do Challenge Tour só há cinco jogadores com mais troféus do que ele.

 

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O primeiro objetivo para 2022 consistia em garantir o cartão para o DP World Tour em 2023. Para isso, precisa de ganhar um torneio ou terminar a temporada no top-122 do DP World Tour Rankings.

 

Antes de regressar aos Estados Unidos na semana passada, estava fora desses 122 primeiros, mas o 8.º lugar no Barbasol Championship valeu-lhe um prémio monetário de 99.250,92 euros e, sobretudo, mais 87,37 pontos para o ranking. Isso permitiu-lhe subir 26 lugares, sendo agora o 103.º na classificação da primeira divisão europeia. No ranking mundial também somou mais 3,36 pontos e progrediu de 218.º para 209.º, reforçando o seu estatuto de n.º1 português.

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Ricardo Melo Gouveia considera que a sua época de 2022 estava a ser «um pouco aos altos e baixos».

 

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No DP World Tour este foi o seu segundo top-10 da temporada (e sétimo da carreira), depois do 7.º lugar (-8) no Dutch Open, em maio.

 

Houve também mais um bom 26.º posto (-2) no Catalunya Championship, igualmente em maio, mas, em contrapartida, tinha falhado sete cuts em 15 torneios disputados.

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«Sinto que tecnicamente, fisicamente e mentalmente, ainda não atingi a consistência necessária para estar mais vezes lá em cima», admitiu.

 

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O trabalho com o treinador Gonçalo Pinto continua a dar frutos e o Algarve persiste como a sua base de treino preferida, embora a sua vida esteja a dar uma grande volta, o que implica sempre um período de adaptação.

 

Depois de vários anos a residir em Londres, optou por transferir-se para Madrid e vai ser pai pela primeira vez.

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O regresso à boa forma coincide com um momento de felicidade na vida privada e não poderia sentir-se melhor: «Já mudei de casa no final do ano passado, para Madrid. Fi-lo por razões pessoais e profissionais. E é verdade sim, eu e a Carolina vamos ser pais daqui a dois meses, de um rapaz. Estamos muito contentes! Vai ser, sem dúvida, uma grande mudança nas nossas vidas».

 

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Ricardo Melo Gouveia vai manter-se nos Estados Unidos, pois está prevista a sua participação em mais um torneio do PGA Tour e do DP World Tour, no Barracuda Championship, que arranca já na quinta-feira, no Tahoe Mr. Club, em Truckee, no estado da Califórnia.

Por Hugo Ribeiro/Tee Times Golf
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