Nicolau von Rupp: «O meu coração é português e o meu surf também»

Nicolau von Rupp: «O meu coração é português e o meu surf também»
• Foto: Justin Smith

“Sou o perfeito meio termo dos dois [risos]. Sou português e sou alemão”, diz-nos em tom de brincadeira. Mas, é mesmo verdade. De português, tem a simpatia, o sorriso constante e a humildade de nos convidar imediatamente para sua casa, num dia de tempestade na Praia Grande. De alemão, Nic, como é conhecido pelos amigos, exibe o desprendimento, a dedicação e a objetividade de saber o que quer e quando quer. Nicolau von Rupp tem 23 anos e é um dos melhores surfistas portugueses. Sim, português. É assim que se sente. “O meu coração é português e o meu surf também”, confessa a Record.

Num misto de humildade e orgulho conta-nos que, ainda esta semana, segue para França para receber o prémio de Melhor Surfista do Ano, atribuído pela Eurosima, associação das empresas do surf da Europa. Não se estende sobre o assunto. Gosta de falar, sim, das viagens que fez e do que sente quando está em cima de uma prancha.

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O ano arrancou muito bem para Nic. No final de janeiro, antes de partir para o Volcom Pipe Pro, no Havai, uma das melhores etapas do circuito de qualificação, resolveu fazer uma paragem na Irlanda para surfar aquelas ondas de que gosta mesmo, “das grandes e pesadas”, diz. Mestre em ondas tubulares e mar nestas condições, Nic “agarrou” num operador de câmara e apanhou o avião. O resultado? Um vídeo que chegou a ter 200 mil visualizações. “Foi mesmo uma sessão de sonho que me vai marcar para o resto da carreira”, recorda a Record.

Depois deste vídeo percebeu que esta era uma área em que tinha de apostar. E assim nascia o conceito My Road. Com o apoio da Meo, o projeto consiste em vários episódios em que a ideia é “ir à procura das melhores ondas com os melhores surfistas”, explica.

O ano foi ainda repleto de bons resultados, como o primeiro lugar no Pawa Tube Fest, um evento especial de tubos só para surfistas convidados que aconteceu em agosto, no México. “Esta prova conta com os melhores ‘tube riders’ do Mundo, como o Aritz Aramburu ou o Kalani Shapman, pessoas que sempre olhei como referências em condições pesadas. Chegar lá e ganhar... Fiquei sem palavras”, diz.

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Apesar de todas as viagens, Nicolau faz ainda parte da Liga Moche, a liga nacional de surf, onde, na etapa do passado fim de semana, conseguiu um segundo lugar. Aliás, Nic faz questão de participar nos eventos nacionais. Porque afinal, foi por cá, aos 9 anos, que começou a surfar. “Eu era bodyboarder, mas o João Macedo reconheceu o meu talento e de outros surfistas com quem eu andava, como o Tomás Valente e o Pedro Pinto, e veio aqui a minha casa explicar aos meus pais que eu tinha era de fazer surf. Os meus pais não queriam deixar, porque achavam que era perigoso, os bicos e as quilhas… Então ele sentou-se com eles e lá os convenceu”, pára, pensa. E diz, ciente e agradecido: “Se não fosse ele não estava onde estou hoje.”

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