Maria João Matos: «Tentamos combater desigualdades»

Diretora de comunicação e marcas dos Jogos Santa Casa em entrevista a Record

• Foto: Paulo Calado
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Record – Como é que a instituição arranjou solução para não baixar a bitola num momento tão crítico?

Maria João Matos – É importante que se perceba que o nosso dinheiro não estica - e que também nos falta. Mas também é certo que sempre soubemos e conseguimos, de alguma maneira, gerir o nosso orçamento de modo a não falhar com os parceiros com quem já nos havíamos comprometido. Vimos federações quase em situação de insolvência e começámos com pequenos apoios mas nunca as largamos.

R –  Mesmo que a instituição não tenha desacelerado, há a sensação de que os planos saíram forjados?

MJM– Uma marca como é a Santa Casa, vê tudo esfumar-se... Não tínhamos por onde comunicar. As quebras foram monstruosas, mas não arredámos pé, estivemos sempre do lado das federações, mesmo quando não pudemos ver a nossa marca exposta em lado nenhum. Mas conseguimos dar a volta e mostramo-nos. A comunicação passou a ser toda à base do online, muito feita de redes sociais, mas teve um alcance brutal.

R – Imagina-se que essa adaptação ao mundo virtual não tenha sido fácil...

MJM – A adaptação ao online é sempre um caminho, mas mais do que ser fácil ou difícil, pode dizer-se que foi rápida, não havia tempo para não reagir. Reinventamo-nos.

R – A Santa Casa tem vindo a sublinhar, ao longo dos tempos, que a equidade a paridade no desporto é uma das suas preocupações. Como é que isto se concretiza na prática?

MJM – Os dois Comités - quer o Comité Olímpico de Portugal (COP), quer o Comité Paralímpico de Portugal (CPP) - são por nós tratados de maneira igual. Tentamos combater as desigualdades de várias formas. Em todos os patrocínios às federações, parte da verba é destinada aos projetos de promoção e desenvolvimento do desporto no feminino, paridade no desporto e à promoção e desenvolvimento da vertente adaptada de cada modalidade. Temos vários exemplos: como a criação do campeonato nacional de ténis de mesa adaptado logo no primeiro ano de patrocínio; o apoio ao ícone Norberto Mourão, bolseiro dos Jogos Santa Casa, que deixou Lisboa e foi estudar para Coimbra, estando a viver na residência universitária dos JSC de Montemor-o-Velho, e podendo passar a estar permanentemente no centro de alto rendimento, algo que já lhe permitiu fazer história, visto ser quem leva pela primeira vez a canoagem lusa aos Jogos Paralímpicos. Aproveito para realçar ainda o apoio ao Clube de Judo total em 2015, que permitiu que o clube pudesse participar nas principais provas internacionais para o apuramento Paralímpico, tendo o paratleta Miguel Vieira conseguido bons resultados desportivos nos mundiais e feito história no judo luso ao ser o primeiro judoca a participar numas paraolimpíadas. Somos também o único patrocinador da Federação de Judo.

R – Terminam os Jogos Olímpicos, mas estão já aí à porta os Paralímpicos. Como é que estão as expectativas para o que se aproxima?

MJM – Temos a expectativa lá em cima, enorme... Os Jogos são sempre muitos interessantes e, enquanto patrocinador principal que somos do CPP, confesso que é uma equipa que nos é muito querida em termos de atletas. Os resultados, sejam eles qual forem, deixar-nos-ão muito orgulhosos. 

Por Rita Pedroso
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