Mãe colombiana denuncia práticas da BSports: «O meu filho ficou nas mãos deles»

A mãe de um jovem colombiano que integrou a BSports denunciou as práticas daquela academia de futebol, pertença de Mário Costa, agora ex-presidente da MAG da Liga, que foi alvo de buscas do SEF por alegado tráfico de seres humanos - o processo já tem sete arguidos. À RTP, Maria Garavito contou como foi abordada para colocar o seu filho naquela academia e como foi sendo enganada durante todo o processo.

Inicialmente, o jovem atuava numa academia da Colômbia, o Aston Huila, cujo dono foi interpelado por esta mãe no sentido de ajudar o filho a poder dar o salto para um clube melhor. "Perguntei o que ele me recomendava, mesmo aqui na Colômbia, e ele só me ofereceu a BSPorts, porque tinha um acordo com a BSports. Tive de lhe pagar algum dinheiro cá também por ter feito a ponte com a BSPorts", começou por dizer à televisão pública.

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Pela mudança para Portugal, teve de pagar inicialmente 500 euros ao intermediário do Aston Huila e depois assinou contrato válido por 11 meses com a BSports, num total de 11 mil euros (mil euros ao mês), mais impostos. A empresa sediada em Riba d'Ave comprometia-se a providenciar alojamento, alimentação, aulas e formação desportiva mas, ao fim de um mês, a progenitora pediu a rescisão do contrato, pois os vídeos que o filho lhe enviava mostravam as poucas condições do espaço. Só que não obteve resposta.

"Nunca me atendiam, passados oito dias disseram que não podia ser e que eu tinha de pagar a totalidade do contrato. Mas naquele momento eu ignorava que eles tinham tirado o passaporte ao meu filho. Ele estava nas mãos deles", contou, acrescentando que também as mensagens via WhatsApp, onde dizia "temer pela saúde e vida" do filho, não tinham resposta.

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Foi então que o rapaz, de 16 anos, e mais um amigo, após descobrirem onde estavam os passaportes, fugiram da academia e rumaram à Colômbia, em abril, mantendo-se em contacto com os pais desde fuga. No entanto, nem assim a BSports disse seja o que for: "esperava que me contactassem por WhatsApp para me dizerem que o meu filho tinha fugido. Nunca o fizeram. Chegou a casa magro e desnutrido."

Por Record
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