Núcleo Desportivo do Bom Pastor: O filho da terra não esquece as origens

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Petit começou a jogar no Bairro do Bom Pastor. Ligação ao Núcleo Desportivo perdura

Ao longo da carreira, como jogador e treinador, Petit fez vida em várias cidades, portuguesas e não só, mas houve um sítio que sempre existiu acima de todos os outros: o Bairro do Bom Pastor. Foi a escassos metros deste local, bem no coração do Porto, que o agora técnico do Boavista cresceu e, mesmo sem nunca ter vivido no bairro propriamente dito, foi lá que se fez jogador e homem. Record foi conhecer as origens do técnico e, à boleia de Mário Cruz, presidente do Núcleo Desportivo, viajou até ao passado.

“O Petit surgiu aqui com 7 ou 8 anos. Frequentava o nosso ringue e houve uma altura em que fizemos um torneio e ele veio jogar para os infantis”, conta o líder do clube local, remontando a 1986/87, à primeira época do agora técnico de verde e branco.

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A ascensão foi rápida e, com 11 anos, Petit foi vendido ao Boavista. “Ficaram interessados, vieram vê-lo e levaram-no na época seguinte por 10 bolas”, conta Mário Cruz, entre risos.

Oficialmente dado o pontapé de saída na carreira, Petit viria a pisar depois grandes palcos, nacionais e internacionais. No entanto, a ligação às raízes manteve-se sempre intocável. De tal forma que é atual vice-presidente do Núcleo Desportivo. “Ele faz parte dos meus órgãos sociais, é meu vice-presidente”, explica Mário Cruz, revelando ainda que é lá que o técnico passa a maior parte dos tempos livres.

“Quando tem uma folga, gosta de vir aqui. Está aí com os amigos. Gosta muito disto aqui”, diz Odete, tia da mulher de Petit. “Gosta de vir cá jogar bilhar quando tem folga. Até tem um taco só dele”, atira Mário Cruz.

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Sempre pronto para ajudar

Petit veio de baixo, subiu a pulso, viveu vários momentos de ouro como treinador e jogador, mas nunca virou as costas a quem leva uma vida de dificuldades. Neste sentido, o técnico sempre se predispôs a ajudar quem necessitava, tal como conta Odete, a tia por afinidade.

“Ele tem uma ligação muito grande ao Bom Pastor e às pessoas daqui. Por exemplo, quando estava na Alemanha, gostava que os amigos o fossem ver jogar. Os amigos eram pobres, como toda a gente, então ele pagava as viagens e hospedava-os em casa dele. Os que não coubessem, punha-os num hotel”, refere Odete, antes de partilhar um outro episódio: “Outro senhor aqui ficou sem casa. Arranjava sapatos e a máquina ardeu. O Petit deu-lhe uma nova. Ele é assim...”

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Voltou ao clube do coração

Dos 45 anos que conta de vida, Petit leva 15 ligado ao Boavista, divididos em cinco passagens. “Acaba sempre por voltar”, diz Mário Cruz, sorridente, antes de acrescentar uma inconfidência: “Do que eu sei, ele sempre foi e sempre será do Boavista.”

Precisamente por essa razão, o atual presidente do Núcleo Desportivo do Bom Pastor faz uma aposta para o futuro, sem grandes reservas. “Acho que ele vai ser treinador do Boavista até ser velhinho. Tem fases, até pode sair, mas acho que vai sempre acabar por voltar”, garante.

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Por Pedro Morais
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