Vasco Seabra e a deslocação a Fafe: «Que seja o cerrar de um ciclo que não é positivo»

Vasco Seabra, treinador do Arouca
• Foto: Lusa/EPA

Depois de três derrotas consecutivas, todas elas na Liga Portugal Betclic, e da paragem internacional, o Arouca volta este domingo à competição, no mesmo palco onde somou a última vitória: a Taça de Portugal. Superado o Portimonense, o adversário dá, agora, pelo nome de Fafe e Vasco Seabra não poupou nos elogios a esse adversário que milita na Liga 3.

"Equipa boa, de há uns jogos para cá, principalmente após a mudança de treinador, começou a ter resultados também eles muito positivos. É uma equipa que vem de uma sequência muito boa de vitórias e, principalmente, em casa, muitas vitórias seguidas. É uma equipa bem treinada, com bons jogadores, jogadores que já passaram na 1.ª Liga, alguns, inclusivamente, já foram meus jogadores... Por isso, conheço bem o plantel, conheço a equipa, os nossos jogadores estão alertados para as dificuldades, é uma equipa capaz e já eliminou uma equipa de 1.ª Liga. Sabemos que é um desafio de exigência elevada e que, muito mais até do que aquilo que o Fafe representa, que é muito, tem a ver com os nossos desafios pessoais e com a forma como nós queremos seguir para a próxima eliminatória, como queremos marcar também a vitória para que seja também um cerrar de ciclo que não é positivo e, portanto, vincularmo-nos àquilo que é a vitória", afirmou o treinador do Arouca, este sábado, em conferência de imprensa.

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Prosseguindo com os desafios que terá lançado ao grupo de trabalho que oriente, Vasco Seabra recordou e aprofundou o que foi dito após a última derrota, antes da paragem internacional, frente ao Estoril: "Essencialmente, voltando àquilo que foi o nosso final há 15 dias, onde nós dissemos que temos que fazer mais e falar menos, todos nós estamos muito centrados nisso, no que temos que fazer. Todos nós temos consciência que jogamos bem, que produzimos muito, mas já não chega falarmos disso, nós precisamos de pontos, de ganhar jogos. Portanto, é essa convicção e essa confiança que nós sentimos no plantel e isso é um desafio comum. Eu apresento-me à frente, como é óbvio, como líder da equipa, mas é um sentimento comum, é o sentimento dos meus jogadores, é o sentimento da equipa técnica, é o sentimento do clube. Temos uma vontade muito grande de competir, de jogar para ganhar e de, obviamente, chegarmos ao final do jogo e conseguirmos ganhar."

Ao contrário do que aconteceu na pretérita eliminatória da Taça de Portugal, o treinador do Arouca explica que não procederá a tantas mudanças no onze como fez nessa partida com o Portimonense. "Vamos entrar com aquele que é, na minha opinião, o melhor onze para poder iniciar o jogo e competir com o Fafe. E os jogadores que irão para o banco têm exatamente a mesma perspectiva. Como ainda por cima vimos da paragem, é um jogo em que precisamos de competir, precisamos de ter a equipa na máxima força e onde precisamos de ter as nossas rotinas, o nosso jogo, termos a nossa identidade bem clara, bem marcada e, essencialmente, a atitude e a forma como colocamos a nossa predisposição para fazermos todas as coisas. É nesse sentido que queremos ir, vamos com a máxima força. Temos só o Mateo (Flores) de fora, lesionado, temos o plantel todo à disposição, por isso vamos com uma energia muito grande e uma vontade muito grande de seguirmos na eliminatória e de vencermos”, garantiu.

Sobre a paragem internacional, o técnico não nega que é sempre mais fácil trabalhar em cima de vitórias, sobretudo quando há um longo período entre jogos, como foi o caso. "No ano passado, batemos um recorde, tivemos oito jogos sem perder e, nesse momento, não entrarmos numa onde de olharmos para o espelho e nos encantarmos com aquilo que víamos. Sabíamos que tínhamos que seguir na mesma onda de trabalho. Se me perguntar se todos nós preferimos trabalhar sobre vitórias, é naturalmente mais fácil, é mais saudável, a energia entra sem nós termos que fazer esforço nenhum para o acontecer, porque ela vem. É exatamente como num relacionamento quando as coisas estão muito bem, ou no nosso trabalho, no trabalho de todos... É uma coisa comum e é natural. A verdade é que nós também não podemos entrar, e não permitimos que isso aconteça, em depressão, não podemos entrar num ciclo de acharmos que está tudo mal o que estávamos a fazer. Sabemos que temos um processo muito claro, o clube também identifica esse mesmo processo, os jogadores identificam esse processo, seguimos todos muito orientados para aquilo que queremos. Os resultados não coincidiram com aquilo que nós queríamos, porque ninguém quer perder. Queríamos estar melhor classificados no campeonato. Não há como fugir disso, mas não fazemos disso um drama, fazemos disso uma oportunidade para nos desafiarmos internamente. Temos aqui uma oportunidade para provarmos que, quando passamos essa adversidade, vamos estar mais fortes para, a médio prazo e a longo prazo, fazermos uma época como queremos", indicou o treinador.

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Neste período menos feliz de resultados, o Arouca esteve privado de Dylan e Pedro Santos, eles que aproveitaram bem a paragem para dar mais dores de cabeça a Vasco Seabra. Palavra do próprio treinador. "Não gostamos muito de individualizar, nem gosto muito de olhar para a coisa como a ausência deste ou daquele. Sentimos é que tendo todos, somos mais fortes. E, portanto, indo de encontro à pergunta, relativamente aos dois individualmente, já estiveram no último jogo do Estoril com a possibilidade de poderem entrar, o Dylan acabou mesmo por entrar. Já tiveram mais de 15 dias a treinar com a equipa, estão mais preparados e criam-nos uma competitividade interna maior e mais soluções, tal como o Matías (Rocha) que também regressa de lesão. Portanto, eles os dois, respondendo muito diretamente, acrescentam competitividade, acrescentam solução e estão, neste momento, com uma perspectiva muito positiva de nos ajudarem em Fafe."

Por fim, Record tentou ainda perceber junto do técnico como foi a reação de Omar Fayed por ter sido convocado para representar o Egipto na Taça das Nações Árabes, entre 1 e 18 de dezembro, e de o Arouca ter recusado. Vasco Seabra não podia ter sido mais claro na resposta: "Não tive que lhe dizer nada de especial, ele está muito focado em ajudar a equipa, inclusivamente foi até o nosso diretor-geral [Joel Pinho] quem falou com ele logo de início. E ele demonstrou uma vontade muito grande em ficar com a equipa, em estar connosco, portanto, ele teve a oportunidade de estar com a seleção, vai estar connosco, vai ajudar, é mais um jogador que tem vindo a crescer e tem vindo a ter, também ele, muitos minutos. Nesta última fase, sentimos que é um jogador que está altamente focado em ajudar a equipa e, apesar de estar feliz por ter sido convocado e ter tido essa oportunidade, está também muito feliz por estar no Arouca, por estar cá e por ter a oportunidade de continuar connosco.”

Por Nuno Barbosa
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