O que prometeu Pinto da Costa em abril de 82

"Se queres um FC Porto forte em Portugal e na Europa, vota na lista B, Jorge Nuno Pinto da Costa." Foi este o slogan da 1.ª corrida eleitoral do presidente do FC Porto, que passados 31 anos vai dar início ao seu 13.º mandato.

Em abril de 1982, Pinto da Costa era um fumador compulsivo -três maços de tabaco açoriano Apolo 20 por dia (acabaria com o vício ao ganhar as eleições) - e corria nos tribunais um processo movido a António Oliveira por Américo de Sá, anterior líder dos dragões, exigindo uma elevada indemnização ao jogador por este se ter transferido para o Penafiel na época 79/80.

Pinto da Costa apostou forte durante a campanha e admitiu fazer regressar Oliveira, entretanto já no Sporting. Afonso Pinto de Magalhães, desistiu pouco antes do dia das eleições (17 de abril) e foram muitos os que votaram. Nas oito mesas que funcionaram entraram 5.026 votos, o que foi visto "como uma prova de fé clubista e de interesse".

"Reafirmo que irei colocar ao serviço do clube toda a nossa boa vontade, toda a nossa experiência e saber, para corresponder aos anseios, aos desejos que senti existirem nos sócios", disse Pinto da Costa logo que foram conhecidos os resultados. Eram 19H20 quando Ponciano Serrano anunciou o vederito.

Assumindo ser uma "grande responsabilidade" comandar o clube, Pinto da Costa garantiu ser "grande o alento" para tirar o FC Porto de "uma situação desastrosa" e garantiu que o seu principal objetivo seria "unir a massa associativa".

"Quando se verifica que na véspera das nossas eleições, no próprio jornal do clube, o futuro presidente e os que o vão acompanhar são insultados de maneira desabrida, essa preocupação de união aumenta.Tenho esperança em consegui-la e, por isso, como primeiro sacrifício que iremos fazer em prol do FC Porto será ignorar esses insultos", afirmou Pinto da Costa, sócio portista desde 30 de dezembro de 1953.

Pinto da Costa cumpriu o que prometeu: o FC Porto passou a ganhar troféus com regularidade e ganhou dimensão europeia: (20 campeonatos nacionais, 18 Supertaças, 12 Taças de Portugal, duas Ligas dos Campeões, duas Ligas Europa, duas Taças Intercontinentais e uma Supertaça europeia).

"Desde o primeiro dia sempre disse que enquanto me sentir motivado, gostar do que faço e sentir o apoio dos sócios, obviamente continuo. No dia em que qualquer desses pressupostos falhar, retiro-me automaticamente e com a consciência tranquila de ter feito alguma coisa", assegura agora.

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