Mauro Silva: «Desequilíbrio emocional ficou mais acentuado com os erros táticos»

Mauro Silva: «Desequilíbrio emocional ficou mais acentuado com os erros táticos»
• Foto: getty images

O antigo internacional brasileiro Mauro Silva, campeão do Mundo em 1994, não poupa críticas no balanço que faz da participação do escrete no "seu" Mundial, a começar pela abordagem da equipa técnica chefiada por Luiz Felipe Scolari, em termos de gestão psicológica e tática.

Na sua coluna no jornal "Lance!", após a derrota da seleção brasileira por 3-0 frente à Holanda, no jogo de atribuição do terceiro lugar, Mauro Silva começa por dizer: "A campanha decepcionante da seleção brasileira já estava anunciada desde a abordagem da comissão técnica sobre a disputa de uma Copa do Mundo em casa."

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"Ao dizer que o Brasil 'estava com a mão na taça', a responsabilidade sobre estes jogadores ficou ainda maior. Em um grupo basicamente formado por atletas jovens e com talento restrito a Neymar, voltar as atenções para o privilégio de vencer um Mundial no Brasil e guardar o nome na história seria o ideal. Com este pensamento, em 1994 nós conseguimos amenizar o peso de trazer o título depois de um jejum de 24 anos do Brasil e voltamos do Mundial dos Estados Unidos com o título", acrescentou, sublinhando:

"O desequilíbrio emocional (inclusive nas vitórias) ficou mais acentuado com os erros táticos. Contra a Holanda, as linhas táticas estavam muito espalhadas em campo. Tomamos um golo no qual tínhamos quatro marcadores contra dois holandeses, porque todos ficaram olhando para a bola."

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"Isto não pode acontecer em uma seleção que tem aquela que é considerada a melhor dupla de zaga do mundo", exemplificou ao antigo médio defensivo, prosseguindo:

"O Brasil também confundiu pressa com rapidez, e abusamos dos chutões. É triste ver tamanha dificuldade para chegar ao golo. A maioria das vezes foi através de lances de bola parada (em algumas, graças a defensores). Perdemos a alegria e a tranquilidade na troca de passes que tanto era nossa característica. A dependência excessiva de Neymar e a ausência dele nas duas últimas partidas ainda mostraram o quanto esta geração carece de talento."

"Agora, cabe a cada jogador saber dar a volta por cima. A maior prova é o Dunga, que foi crucificado em 1990 e quatro anos depois depois se tornou capitão do tetra", lembrou.

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"Até o Mundial de 2018, teremos um trabalho árduo pela frente. Saímos desta Copa muito machucados, e a seleção brasileira terá de recuperar sua autoestima. Não creio que seja hora de caça às bruxas, mas de encontrarmos uma oportunidade para rever a forma de trabalhos nos clubes e nos conceitos da CBF. Assim, poderemos fazer uma reestruturação completa de todo o nosso futebol", encerrou.

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